domingo, 4 de junho de 2017

MUTANTES E HÍBRIDOS


Criatura da Lagoa Negra: exemplo fictício de híbrido humano e réptil

No fim dos anos 70, no programa humorístico "Planeta dos Homens", transmitido pela Rede Globo, Jô Soares interpretava uma personagem bem atual, um geneticista alemão aloprado que manipulava o DNA da maneira mais estapafúrdia possível.

Na louca reengenharia genética de seu admirável mundo novo, vermes eram cruzados com mamíferos, insetos com plantas, e por aí vai. O tema já havia sido explorado anteriormente em 1896 por H.G.Wells, em A Ilha do Dr. Moreau, cem anos antes da ovelha Dolly ou dos gatos e porcos fluorescentes.

As notícias diárias sem qualquer esclarecimento, sobre biotecnologia, clonagem e manipulação genética, fornecem matéria prima para a criação de mitos e lendas urbanas, absorvidas por um público atemorizado e mal informado, que além de consumir alimentos transgênicos, sem saber das consequências boas ou más, perde rebanhos para predadores naturais ou espécies invasoras, culpando hipotéticos chupacabras e a ação de extraterrestres.

A criação de híbridos, o cruzamento de espécies diferentes, não é nada nova, e ocorre expontaneamente na natureza. É o caso das mulas, resultantes do cruzamento de éguas e jumentos.


O Lobo Vermelho, é o cruzamento natural de Coiote com Lobo Cinza


Liger, híbrido de Leão e Tigresa, é o maior felino do mundo


Leopon, híbrido de Leopardo e Leoa


Jinkey é o primeiro filhote híbrido resultante de cruzamento natural entre zebra macho e burro fêmea


O Ashera, nova moda de animais de estimação nos EUA, é um híbrido de gato doméstico, leopardo asiático e serval africano. Comercializado pela empresa Lifestyle Pets, pode custar de 22000 até 28000 dólares

Desde 1809, depois que Lamarck declarou que a "transformação", e não a "imutabilidade", constituía a base da vida, contrariando as idéias criacionistas, e Charles Darwin, seguido de Johann Mendel, desenvolveram as idéias de seleção natural e as leis da hereditariedade, a hibridação artificial tornou-se comum.

É quase um consenso, entre os conservadores, que a natureza é perfeita, que não precisamos de clones, porcos fluorescentes, ou alimentos transgênicos, meros caprichos de cientistas tresloucados.

Mas não são poucas as vezes que a natureza também prega peças. Saltos evolutivos, doenças genéticas, mutações bizarras, extinções em massa, eras glaciais e até mesmo os aquecimentos globais.


Cação bicéfalo capturado na costa do estado do Rio de Janeiro


Serpente bicéfala chamada We que viveu por 8 anos no aquário de Sant Louis, EUA


Joseph Merrick ficou conhecido como O Homem Elefante. Foi vítima de duas doenças congénitas: a Neurofibromatose e a Síndrome de Proteus


Barbara Urselin, famosa como atração circence, sofria de Hipertricosis, ou Síndrome do Homem Lobo, uma doença congénita

Se é um fato, que a atividade predatória humana aniquilou e aniquila milhares de espécies vegetais e animais, também é verdadeiro que a ciência genética será responsável pela preservação de outras tantas, que com certeza, entrariam em processo de extinção nas próximas décadas, incluindo a nossa própria espécie.


Bisão europeu: a espécie estava a beira da extinção, e foi reconstituída a partir de cruzamentos com o bisão americano


Extinto em 1883, o Quagga foi reconstruído através de cruzamentos selecionados


Auroque: extinto em 1627, também ressurgiu dos mortos

A hibridação já faz parte do atual processo evolutivo, e mesmo os embriões híbridos de humanos e animais, verdadeiras quimeras, que agora serão usados para fins terapêuticos, podem ser em um futuro bem próximo, a esperança da espécie humana.

Híbridos de humanos e cetáceos poderiam sobreviver a perda gradativa de terras produtivas, decorrentes do aumento do nível dos mares, conseqüência imediata do derretimento das calotas polares, e colonizar facilmente planetas aquáticos. O suprimento de planctôn dos nossos oceanos seria uma alternativa viável.

O cérebro dos golfinhos tem o volume médio de 1600 cc, com o dobro do número de convoluções comparado a um cérebro humano. É o animal mais inteligente depois do homem.


Uma mutação incomum em um golfinho nariz de garrafa encontrado na costa sudoeste do Japão. O animal possui quatro aletas. As aletas extras, possivelmente são reminiscências de seus antepassados terrestres, uma evidência direta da evolução.

Com seu sonar, distinguem a forma, a velocidade, e a distância de suas presas em águas totalmente turvas. Sua ecolocalização atordoa a vítima.

Será que estamos preparados para o futuro saído das HQs?


Quadro de René Magritte, Invenção Coletiva, 1934


MONSTROS E ANIMAIS INSÓLITOS


Monstros marinhos. Em primeiro plano, uma suposta baleia é ilustrada com temíveis mandíbula e garras (gravura do século XVI).

Imagens inexplicadas no sonar, estranhas pegadas a mais de cinco mil metros de altitude, fotos e filmes desfocados, muitas testemunhas idôneas, e alguns depoimentos totalmente fantasiosos.

Essas são as provas de vida dos seres fabulosos que habitariam nosso parcialmente conhecido planeta.

Das misteriosas florestas tropicais, às imensidões da cordilheira do Himalaia, chegam relatos da existência de verdadeiras aberrações zoológicas. Criaturas deslocadas no tempo, insólitas, consideradas mera ficção.

Obstinados pesquisadores gastam pequenas fortunas e colocam em risco suas vidas e reputações à espreita desses animais fantásticos. Expedições são organizadas aos recônditos dos oceanos e lagos profundos.

Mas qual a verdade por trás das furtivas aparições de "Nessie", da Serpente Marinha, do Sasquatch, do Yeti, do Mapinguarí?


Seriam esses "monstros", memórias atávicas, lendas de uma era em que realmente fomos contemporâneos de monstros, como o Smilodon, o urso das cavernas e o mamute, ou de fato, bestas incógnitas ainda vagueiam pela terra?

Abaixo : notícia de um animal desconhecido observado por pescadores no litoral do Rio de Janeiro em 1983.





Anualmente, dezenas de espécies não catalogadas são descobertas pela ciência. E não estou falando de pequenos insetos, pássaros ou répteis. Mas de animais incríveis como as Lulas Colossais, as Lulas Gigantes, e polvos gigantes, que até recentemente eram considerados frutos da fértil imaginação dos marinheiros.


E nas matas, animais considerados extintos ou míticos, como o rinoceronte de Bornéu ou o bovino Saola, das florestas do sudeste asiático são encontrados.


Saola (Pseudoryx nghetinhensis) encontrado no Vietnam em 1992


Rinoceronte de Bornéu

Devemos alguns dos primeiros depoimentos sobre monstros do mar aos navegadores fenícios. Em torno de 480 a.C. o almirante cartaginês Himilco, rumou do mar mediterrâneo para o ocidente, atravessando o estreito de Gibraltar.


No caminho, encontrou uma zona de mar calmo, com abundância de algas e monstros marinhos que assustaram os marinheiros. Historiadores acreditam que o almirante cartaginês teria chegado ao Mar dos Sargaços e encontrado baleias. E é aqui que temos um enorme problema. Temos que supor que os fenícios não conheciam baleias.

Pois bem, os fenícios eram navegadores experientes e comercializavam por todo o mar mediterrâneo. No mediterrâneo encontramos pelo menos cinco tipos de baleias: baleia piloto, baleia Fin, Cachalote, Orca e Narval. Quatro espécies são comuns: baleia piloto, baleia Fin, Cachalote e Orca.

A baleia Fin é a segunda maior baleia existente, com 27 metros de comprimento, perdendo apenas para a baleia azul com 30 metros. Habita a parte oeste do Mediterrâneo. A outra espécie, o Narval, ou baleia unicórnio, faz aparições ocasionais.

Supondo que os marinheiros de Himilco tenham visto baleias, e não um animal desconhecido, qual animal sobrepujaria o tamanho descomunal da baleia Fin, um verdadeiro monstro marinho conhecido dos fenícios? Os marinheiros se assustaram com uma baleia azul? Difícil de crêr. Possívelmente os cartagineses se defrontaram com um animal desconhecido. Uma das espécies de lulas gigantes ou um polvo colossal.

Em 10 de setembro de 1973, o jornal O Globo, noticiava que pilotos de helicóptero soviéticos, servindo em baleeiras na Antártida, observaram de apenas 30 metros, o que seriam duas formas serpentiformes de cor castanha, com cerca de 15 metros e aproximadamente um metro de largura. Os relatórios chegaram ao conhecimento do Instituto Oceanográfico de Moscovo que não divulgou seu parecer.

Em 1976, o navio anti-submarino da classe Knox, USS Stein (FF 1065), da Marinha dos Estados Unidos, zarpou de San Diego na Califórnia em direção ao atlântico sul. Após passar a linha do equador seu sonar ficou inoperante, com um forte ruído.

O navio foi obrigado a retornar a base para reparos. Na doca seca do Estaleiro de Long Beach, uma surpresa aguardava a tripulação. O equipamento estava totalmente danificado, a cobertura de borracha que envolve o domo do sonar, estava repleta de estrias e centenas de presas pontiagudas, algumas com mais de 2,5 centímetros. Um animal havia mastigado o aparelho.

Cientistas do Centro Naval de Sistemas dos Oceanos foram convocados para examinar os dentes, e concluíram, depois de meses de investigação, que os estragos haviam sido causados por um animal "extraordinariamente grande e de uma espécie desconhecida pela ciência".


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